quinta-feira, outubro 18, 2007

Um poema de W. H. Auden

Lutero

Tradução de José Paulo Paes

Consciência pronta a ouvir o ronco do trovão,
Viu o Diabo no vento, todo atarefado
Entrar em campanários, passar sob o vão
Da porta de freiras e doutos em pecado.

O desastre, de que modo evitá-lo, como
Aparar o espinheiro dos enganos do homem?
Carne, um cão silente a morder o seu dono;
Mundo, um lago mudo que os filhos seus consome.

O estopim do Juízo queimava em sua mente:
“Fumiga esta colméia de abelhas, Senhor:
Tudo – obras, Sociedades, Grandes Homens – mente.
O Justo viverá pela fé...” gritou, temente.

E quem, homem e mulher do mundo, o temor
Ou zelo nunca atormentou, ficou contente.

Nota: Embora o poeta e crítico inglês W. H. Auden não fosse um poeta evangélico, vale a pena publicar este texto excepcional aqui. E lembramos ainda que este mês, no dia 31 de outubro, comemoramos 490 anos da Reforma Protestante, iniciada por Lutero.

Fonte: www.profetaurbano.blogspot.com

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