terça-feira, fevereiro 13, 2007

Um poema de Stela Câmara Dubois

MEU CANTO DE ETERNIDADE

Nesse instante de fé, a gênese da vida
Principia a clamar numa força incontida:

- Subi, olhai a cruz. Se sois humanidade,
Vede ali retratada a vossa eternidade! –

Amar é renascer. Jesus, não és um mito,
Uma figura de arte, um emblema de precito,

Mas, na verdade, o vivo, o eterno Salvador,
Presente onde estiver o abrigo ao Teu Amor.

O Companheiro bom de humildes pecadores,
Vem perto, vem curar todas as tristes dores.

- ETERNO, ETERNO PRÊMIO! – O canto ao meu ouvido,
Sim, escuto milhões de vezes repetido!

Recebo o Teu tesouro, sem merecimento,
Porque és a eternidade! E o fraco pensamento

Pousado em Ti, ó, Mestre, fá-lo puro e forte,
Sem mais temor da vida e nem temor da morte.

Enxuga o pranto d’alma e dá que na oração,
Meu alento se torne a Tua habitação.

Que os males não o atinjam e nem o abalem as penas
Do passageiro caos das ilusões terrenas...

Dos dias que tiver no rotineiro andar,
Que a Tua eternidade em mim possa cantar.

E o pequeno dever, então, hei de cumprir,
Tecendo, com o minuto, o manto do porvir.

Que o jasmim orvalhado e a palma que flabela
Esbocem, ao meu olhar, a eternidade bela.

Na cascata febril do esplêndido gorjeio,
Perceba essa Alegria plena em que me enleio.

Nesse instante de fé, a gênese da Vida,
Principia a clamar, numa força incontida:

- Subi, olhai a Cruz. Se sois humanidade,
Vede ali retratada a vossa eternidade!

Depois dessa visão, pôs-se a minh’alma em pé,
Tornando-se, ela mesma, o seu altar de fé.

Por isso hei de cantar (e o gozo não fenece
No cenário do bem que jamais esmaece),

O nome universal, o nome Salvação,
Que liga a terra ao céu, na antena do perdão.

E, morto para a morte, o salvo por Jesus
Entra, raio de luz, dentro da Sua Luz.

Sincronizada a alma à do seu Criador,
Liga-se, eternamente, ao Seu eterno Amor.

Se as horas vão fugir, quais pássaros em bando,
Cantarei a viver e viverei cantando:

- Sopro de Deus, ao Lar! Contempla o Novo Dia,
Sem noite que interrompa a sua melodia,

A língua universal das harmonias santas,
Cujos ecos reboando tantas vezes, tantas,

São convites na voz de louras madrugadas,
De poentes estivais, de noites estreladas:

Subi, olhai a cruz. Se sois humanidade,
Vede ali retratada a vossa eternidade!

O céu desceu à terra. Alma, acorda, levanta!
Há glórias no Calvário! A eternidade canta!


do livro Ramalhete de Mirra

Um comentário:

Anônimo disse...

mesmo morando em Sao Paulo faço questão de estar ligado nas boas coisas da minha querida Bahia. Sou cantor evangelico e em 1977 gravei com meu mano Rumem Cavalcante um hino que é de autoria da grande Stela Camara Dubois que aprendemos quando crianças na pequenina Igreja Batista de Coaraci(hino quando penso no calvário).
Prof Dagno Cavalcante /pib em Barueri SP

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