quarta-feira, novembro 15, 2006

3 Poemas do português Samuel Pinheiro

Até quando
as mãos terão o sabor das urzes
e os pés
desconhecerão
o Caminho
que passo a passo
se descobre
e nos renova
Até quando
as mãos se trancarão
e os lábios
não terão mais do que palavras
Até quando
a carne se alimentará de couraças
e os dedos serão espinhos
nas esquinas das ruas
e nas costas dos vizinhos
Até quando
os braços amarão o abismo
e o sangue se colará
ao chão
Até quando
se rejeitará
a Pomba ancorada
acima da tempestade






não se arrependem
não se arrependerão
os que investem as suas mãos
na Luz






as mãos não são mudas
(quem não sabe?)
quando penteiam as tranças da Esperança

algumas estão mirradas
é certo

não têm movimento
são de granito
de silêncio e gelo

outras são armas enferrujadas
de há tanto tempo não serem utilizadas
é verdade

não têm azeite
são peças de museu
penduradas na noite do peito
são adornos
de trazer na lapela do casaco

precisamos reencontrar
as mãos
as mãos
reencontradas na Luz

precisamos de frutos

precisamos ser frutos

precisamos dar fruto

com frutos se protesta

ser cristão é isto

ser cristão
não é pendurar o sangue ou as mãos
no bengaleiro da igreja

Um comentário:

Priscila disse...

Olá! Meu nome é Priscilla sou da 1º Igreja Batista em Catu - Ba , e gostaria de saber se voce tem algumas poesia que fale sobre mutualidade. Por favor se poder entrar em contato agradeço.

Email: negapsl@gmail.com
negapsl@yahoo.com.br

Obrigada!

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